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Arranca o julgamento de Bolsonaro por tentar golpe de Estado

As autoridades brasileiras reforçaram a segurança em Brasília na véspera do início do julgamento de Jair Bolsonaro e sete membros da sua cúpula, acusados de tentativa de golpe de Estado, um processo que pode sentenciar o ex-presidente a mais de 40 anos de prisão.
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O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e sete membros da sua cúpula começam a ser julgados na terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, enfrentando uma pena que pode superar os 40 anos de prisão. Em resposta, as autoridades reforçaram significativamente a segurança na Praça dos Três Poderes, em Brasília, local que foi invadido a 8 de janeiro de 2023. O contingente policial permanecerá em prontidão até 12 de setembro, data final do julgamento, estando proibidas aglomerações e sendo realizadas revistas intensificadas, monitorização de redes sociais e vigilância com drones.

A segurança das residências dos cinco juízes responsáveis pelo caso também foi reforçada.

O grupo, denominado “Núcleo 1” ou “Núcleo Crucial”, responde por acusações como tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, golpe de Estado e participação em organização criminosa armada.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, Bolsonaro foi o “principal articulador” de um plano concebido após a sua derrota eleitoral para Lula da Silva em 2022. A acusação baseia-se em áudios, documentos e na confissão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e também arguido, que afirmou que o ex-presidente leu e modificou um decreto para declarar estado de sítio e reverter o resultado eleitoral. A defesa de Bolsonaro nega categoricamente as acusações, alegando falta de provas. O julgamento, agendado para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, será conduzido por um coletivo de cinco juízes do STF.

O processo começará com a leitura do processo pelo juiz relator Alexandre de Moraes, seguida pela apresentação da acusação e pelas sustentações orais da defesa.

A decisão será tomada por maioria de votos.

O caso já gerou um conflito diplomático com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump impôs sanções a membros do STF e tarifas a produtos brasileiros.

Paralelamente, Ana Paula Costa, presidente da Casa do Brasil, expressou que a possibilidade de uma fuga de Bolsonaro "não é de todo uma preocupação descabida", considerando o seu histórico no processo.

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