
Como recuperar a económica pós-fogos florestais em zonas rurais



O Governo português avançou com um pacote de 45 medidas de resposta imediata para apoiar as populações, empresas e autarquias afetadas pelos incêndios florestais que devastaram o país, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Os formulários para acesso a estes apoios ficaram disponíveis, com a promessa de que os primeiros pagamentos seriam efetuados no prazo de dez dias após a submissão. Entre as medidas, destacam-se a comparticipação a 100% para a reconstrução de habitações permanentes até 250 mil euros, um apoio excecional até 10 mil euros para agricultores e diversas isenções fiscais e de contribuições para a Segurança Social. A dimensão da destruição é vasta, com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) a apontar para 274 mil hectares ardidos em Portugal continental este ano.
Os incêndios provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, destruindo habitações, explorações agrícolas e pecuárias.
O concelho do Sabugal, por exemplo, viu mais de 30% do seu território, cerca de 30 mil hectares, consumido pelas chamas, com graves consequências para a economia local, incluindo o setor do Queijo da Serra da Estrela, que enfrenta a perda de ovinos essenciais.
Perante este cenário, várias organizações da sociedade civil defendem que a resposta não pode ser apenas reativa.
A Aliança pela Floresta Autóctone (AFA) apela a um “pacto nacional” para substituir as extensas áreas de eucalipto e pinheiro-bravo por espécies autóctones mais resistentes ao fogo, como carvalhos e sobreiros, argumentando que a causa profunda dos grandes incêndios reside no “caos do coberto arbóreo”.
Na mesma linha, a associação ambientalista Zero critica os atrasos na implementação do Plano de Intervenção da Floresta e propõe uma reforma estrutural baseada na criação de Unidades de Gestão da Paisagem (UGP), geridas profissionalmente. Além das ajudas financeiras, especialistas e estudos académicos sublinham a importância de medidas técnicas para a recuperação económica e ambiental, como a rápida estabilização de encostas para evitar a erosão, a agilização de microcrédito para produtores e a aposta em culturas resistentes à seca. O próprio primeiro-ministro reconheceu que “nem tudo correu bem” no combate aos fogos, defendendo a necessidade de um pacto político na Assembleia da República para a gestão florestal, sinalizando que a prevenção de futuras catástrofes exige um compromisso alargado e reformas estruturais.
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