
Produção de Cortiça na Companhia das Lezírias em 2025



A campanha de extração de cortiça de 2025 da Companhia das Lezírias superou as previsões, atingindo 52 mil arrobas (780 toneladas), um valor superior às 45 mil arrobas (cerca de 675 toneladas) inicialmente estimadas.
Segundo o presidente do Conselho de Administração, Eduardo Oliveira e Sousa, este aumento deveu-se a uma primavera chuvosa, que favoreceu as condições atmosféricas e permitiu que as árvores "manifestassem disponibilidade para largar mais cortiça".
Esta situação possibilitou a inclusão de parcelas com tiragem irregular na área de extração. Apesar do volume de produção superior, o resultado económico da empresa poderá ser inferior ao de 2024.
A principal causa é a quebra acentuada no preço da cortiça, que, segundo Oliveira e Sousa, se mantém ao mesmo nível de há 20 anos, levando a que "o agricultor esteja a perder dinheiro".
Esta desvalorização é atribuída ao excesso de cortiça armazenada na indústria e à instabilidade dos mercados internacionais, agravada por conflitos bélicos e taxas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos.
O setor enfrenta ainda desafios estruturais significativos, nomeadamente a escassez de mão-de-obra especializada.
A tiragem da cortiça é uma arte exigente que enfrenta dificuldades na renovação geracional, com um envelhecimento dos trabalhadores e poucos jovens a aprender o ofício.
Outro problema apontado é a concentração empresarial no setor, que reduziu o número de compradores disponíveis no mercado.
Apesar das dificuldades, Portugal continua a ser o maior produtor e exportador mundial de cortiça, com a indústria nacional, liderada por empresas como o Grupo Amorim, a dominar o mercado global.
A cortiça portuguesa é utilizada em diversas aplicações, desde rolhas e pavimentos a componentes para a indústria automóvel e até para o Space Shuttle.
Eduardo Oliveira e Sousa sublinha a importância de encontrar um "equilíbrio entre produção e comercialização" para evitar a desvalorização do produto e a "desmotivação dos produtores".
A Companhia das Lezírias, localizada entre os rios Tejo e Sorraia, dedica-se também a outras culturas como arroz, milho, vinha e olival.
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