
Arganil quer estratégia florestal que priorize espécies autóctones



Na freguesia da Benfeita, concelho de Arganil, uma das áreas afetadas pelo grande incêndio de meados de agosto, a comunidade local, composta por cerca de 200 residentes nacionais e estrangeiros, apela a uma mudança na estratégia florestal. Numa nota de imprensa, os cidadãos defendem a priorização da reflorestação com espécies nativas e o combate às vastas monoculturas de eucalipto e pinheiro, que, segundo Inês Moura, uma residente, potenciam a expansão de grandes incêndios.
A comunidade critica ainda a exploração do interior para ganhos financeiros a curto prazo e pede apoio para quem perdeu casas e meios de subsistência.
A resposta comunitária em Arganil tem sido organizada através da ARBOR (Associação da Região de Benfeita para Objetivos Regenerativos), criada após os incêndios de 2017. A associação promoveu a plantação de milhares de árvores e criou três equipas de autoproteção com viaturas equipadas, cuja ação foi fundamental para salvar habitações durante o fogo de agosto. Bárbara Sá, presidente da ARBOR, afirma que, apesar de parte do esforço de reflorestação se ter perdido, a comunidade está unida e determinada a continuar o trabalho.
O incêndio recente serviu para esbater divisões culturais e reforçar a confiança nos esforços coletivos de proteção.
Numa perspetiva mais ampla, a associação ambientalista Zero emitiu um alerta sobre a necessidade urgente de estabilizar os terrenos afetados pelos recentes incêndios em todo o país, antes da chegada das primeiras chuvas.
A organização adverte que a ausência de medidas pode resultar em graves riscos de erosão, deslizamentos de terras e contaminação de recursos hídricos com cinzas e sedimentos. A Zero explica que o fogo altera a estrutura do solo, criando uma camada hidrofóbica que reduz a infiltração de água e aumenta a escorrência superficial, um risco particularmente acentuado em zonas de grande declive. A associação sublinha a importância de relatórios técnicos céleres para identificar as áreas mais vulneráveis e aplicar medidas de estabilização de forma eficaz. Os incêndios em Portugal continental provocaram quatro mortos e, até 29 de agosto, queimaram uma área provisória de cerca de 252 mil hectares, destruindo habitações e explorações agrícolas.
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