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Condenação de Bolsonaro? "Trump não tem medo de usar meios militares"

A ameaça dos Estados Unidos de utilizar o seu poderio económico e militar para influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou uma crise diplomática com o Brasil. O governo brasileiro condenou veementemente o que considera ser uma afronta à sua soberania, enquanto a Casa Branca defende as suas ações como uma proteção da 'liberdade de expressão'.
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A tensão teve origem em declarações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que o Presidente Donald Trump “não tem medo” de recorrer ao poderio económico e militar dos EUA para “proteger a liberdade de expressão no mundo”. Esta posição foi assumida em resposta a questões sobre o julgamento de Jair Bolsonaro, a quem Washington considera estar a ser alvo de “censura” e de uma tentativa de o impedir de competir nas eleições.

Leavitt confirmou que já foram tomadas “ações significativas” contra o Brasil, como sanções e tarifas, e o próprio Trump classificou o processo judicial como uma “caça às bruxas”, exigindo a sua interrupção imediata.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um comunicado condenando “o uso de sanções económicas ou ameaças de uso da força” contra a sua democracia.

O governo brasileiro sublinhou que a defesa da democracia e o respeito pela vontade popular são o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão e que os poderes da República não se deixarão intimidar por atentados à soberania nacional.

A nota repudia ainda a “tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros”, numa alusão ao deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que tem procurado apoio nos EUA para pressionar as instituições brasileiras. O pano de fundo desta crise é o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete membros da sua cúpula por tentativa de golpe de Estado após a sua derrota eleitoral em 2022 frente a Lula da Silva. O juiz relator do processo no Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes, já votou pela condenação, considerando Bolsonaro o “líder de uma organização criminosa”. Em ações anteriores, os EUA já tinham imposto sanções ao juiz Moraes e aplicado tarifas de 50% a produtos brasileiros.

A embaixada norte-americana no Brasil também emitiu uma nota com ameaças diretas ao magistrado.

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