Turismo em Portugal: Crescimento Abranda mas Valor Aumenta, com Aeroporto de Lisboa como Obstáculo Crítico



No 50.º Congresso Nacional da APAVT em Macau, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, descreveu o ano de 2025 como positivo, mas assinalou uma transição para uma fase de "crescimento sustentável" e de maior estabilidade, após os fortes aumentos do pós-pandemia.
Embora o crescimento abrande, o setor continua a gerar mais valor económico.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados por Calheiros, o alojamento turístico no verão (junho a agosto) registou 10,5 milhões de hóspedes e 28,6 milhões de dormidas, representando aumentos de 2,2% e 2%, respetivamente, face ao ano anterior — um ritmo inferior ao de anos recentes. Contudo, os proveitos totais no mesmo período cresceram 7,4%, atingindo 2,7 mil milhões de euros.
Esta tendência indica que os turistas que visitam Portugal gastam mais, contribuindo para um turismo de maior qualidade. Destaca-se também o aumento de 5,5% nas dormidas de residentes, que ultrapassaram os nove milhões, mostrando a sua crescente importância para o setor.
O principal obstáculo ao crescimento futuro, segundo a CTP, é a ausência de um novo aeroporto em Lisboa.
Francisco Calheiros apelou ao Governo para que tome uma decisão urgente, defendendo a opção do Montijo como uma "alternativa intermédia rápida, eficaz e mais barata" a Alcochete, de modo a evitar anos de espera e a melhorar as condições de chegada dos visitantes. A falta de capacidade aeroportuária é vista como uma ameaça direta à continuidade do crescimento do turismo.
Além da questão aeroportuária, o presidente da CTP elencou outras prioridades estratégicas. Defendeu a privatização a 100% da TAP, integrando-a num consórcio que garanta o 'hub' de Lisboa e as ligações estratégicas. Outras áreas de foco incluem o reforço da segurança para manter a imagem de Portugal como um destino seguro, uma reforma da legislação laboral que considere a sazonalidade do setor, a redução da carga fiscal, a formação de mão de obra e a simplificação administrativa através de um "SIMPLEX para o Turismo".












