Oceano: O Gigante Silencioso que Ditará o Futuro do Clima na COP30

O cientista sueco Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Investigação de Impacto Climático, defendeu que o desfecho da crise climática depende fundamentalmente do oceano. Durante um evento à margem da COP30, em Belém, o investigador destacou que o oceano funciona como um 'enorme sistema de arrefecimento' para o planeta, absorvendo 90% do calor e 25% do dióxido de carbono. Segundo Rockström, a capacidade do oceano de continuar a prestar este 'enorme serviço à humanidade' determinará se o planeta Terra terá um 'futuro controlável e habitável'.

Para tal, apelou à sua proteção através de medidas como a pesca sustentável, a gestão sustentável dos solos para evitar a eutrofização e a criação de mais áreas marinhas protegidas.

As declarações foram feitas durante um jantar do Grupo de Amigos do Oceano e do Clima, organizado pelos governos de Portugal, Brasil, Bélgica e Tuvalu, com o apoio da Fundação Oceano Azul e da Ocean Conservancy. Neste encontro, a urgência de dar maior protagonismo ao oceano nas negociações climáticas foi um ponto de consenso. Ministros de Portugal, Maria da Graça Carvalho, da Bélgica, Willem Van De Voorde, e de Tuvalu, Maina Talia, defenderam unanimemente a inclusão de um ponto específico sobre o oceano na agenda oficial das cimeiras do clima da ONU. Esta é uma ambição partilhada pela Fundação Oceano Azul e pelos países do Grupo de Amigos do Oceano e do Clima, que procuram corrigir o facto de o oceano, apesar de ser um tema recorrente, nunca ter tido uma presença oficial e institucional na agenda das conferências. 'Reafirmamos a ambição de pôr o oceano no coração das conversas sobre o clima', declarou a ministra portuguesa.

Numa outra intervenção, Rockström manifestou-se ainda 'bastante preocupado' com o andamento geral das negociações na COP30, elogiando, no entanto, a liderança brasileira da conferência.