Portugal Mergulha na Diplomacia Climática: A Luta pela Inclusão dos Oceanos na COP30



Na 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), a decorrer em Belém, no Brasil, Portugal aderiu a um grupo de trabalho internacional, a "Ocean Taskforce", liderado pela França e pelo Brasil.
A iniciativa, anunciada pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, tem como objetivo principal incluir as atividades relacionadas com os oceanos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), que representam os compromissos climáticos de cada país. A proposta defende que a capacidade de absorção de dióxido de carbono (CO2) pelo mar e as ações de proteção de áreas marinhas sejam contabilizadas para as metas climáticas nacionais. Para Portugal, que subiu para o 12.º lugar no Índice de Desempenho Climático entre 63 países, esta medida seria particularmente vantajosa devido à sua "grande dimensão oceânica".
No entanto, a implementação enfrenta obstáculos significativos.
A decisão requer a unanimidade dos 27 Estados-membros da União Europeia, mas, de momento, apenas Portugal, França e Bélgica apoiam a iniciativa dentro do bloco.
A ministra reconheceu que o dossiê do oceano é historicamente difícil de negociar, uma vez que os países sem acesso ao mar têm outras prioridades e o tema nunca foi oficialmente incluído nas agendas das COPs, apesar de ser discutido desde a COP26, em 2021.
Existem também desafios técnicos, nomeadamente a necessidade de certificar e quantificar com precisão a absorção de CO2 pelos oceanos.
Apesar disso, Portugal planeia avançar, reunindo cientistas para recolher dados e desenvolver um mercado voluntário de "carbono azul" como um primeiro passo.
A "Ocean Taskforce", que inclui países como o Reino Unido, Canadá, Austrália e Chile, baseia-se em dados científicos que indicam que as soluções climáticas baseadas nos oceanos poderiam fornecer até 35% das reduções de emissões necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5°C.











