Cotrim de Figueiredo duvida das vantagens de ter um jovem no Conselho de Estado

O candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo expressou ceticismo sobre a proposta de incluir um jovem no Conselho de Estado, defendendo que o contacto direto com a juventude é mais eficaz do que medidas simbólicas.

Durante uma visita à feira da Tocha, em Cantanhede, Coimbra, o candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo manifestou dúvidas sobre os benefícios de integrar um jovem no Conselho de Estado, uma ideia proposta pelo seu adversário Luís Marques Mendes. Cotrim de Figueiredo classificou a medida como um "simbolismo", afirmando que seria "mais prático" visitar escolas e universidades para ouvir diretamente os problemas dos jovens.

Argumentou ter "mais pena do jovem do que vejo vantagens nisso", imaginando uma pessoa de 20 ou 25 anos numa reunião de três horas com conselheiros maioritariamente acima dos 50 anos.

Para o candidato, a solução para compreender as preocupações da juventude, como a falta de perspetivas e a "epidemia de saúde mental", passa por um contacto permanente e no terreno, em vez de criar cargos em órgãos formais. Rejeitou também a ideia de um conselho consultivo de jovens junto do Presidente da República, considerando-a uma "ideia um bocadinho de gabinete, fictícia".

Segundo Cotrim de Figueiredo, a sua experiência profissional demonstrou que a mudança se alcança através de "contactos diretos com as pessoas e com instituições que as representam" e não em reuniões formais.

Na mesma ocasião, o candidato liberal comentou a visita do primeiro-ministro Luís Montenegro à Ucrânia, considerando-a um "sinal importante" do apoio português.

No entanto, criticou a demora do Conselho Europeu em aprovar o apoio financeiro e militar a Kiev.

Durante a sua passagem pela feira, Cotrim de Figueiredo foi abordado por vários populares, que o reconheceram do debate televisivo com André Ventura, e protagonizou um momento bem-humorado com um vendedor que se apresentou como "Beto de Portugal".