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Crise Silenciosa dos Solos: A Ameaça Global à Segurança Alimentar

A degradação dos solos, impulsionada pela ação humana, está a diminuir a produtividade agrícola a nível mundial, afetando 1,7 mil milhões de pessoas, enquanto fenómenos climáticos como a seca exacerbam a crise alimentar em países como Cabo Verde.
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Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), intitulado "O Estado da Alimentação e da Agricultura 2025", alerta para uma "crise silenciosa e generalizada" que ameaça a saúde dos ecossistemas e a segurança alimentar global.

Segundo o documento, cerca de 1,7 mil milhões de pessoas, incluindo 47 milhões de crianças com menos de cinco anos cujo crescimento é prejudicado, vivem em áreas onde a produtividade agrícola diminuiu devido à degradação dos solos provocada pelo ser humano. A FAO define a degradação dos solos como um declínio a longo prazo na sua capacidade de fornecer serviços ecossistémicos essenciais, o que afeta diretamente a produtividade, os meios de subsistência rurais e a segurança alimentar. As causas resultam de uma combinação de fatores naturais, como a erosão e a salinização, e de práticas humanas insustentáveis, que são cada vez mais prevalentes, como a desflorestação, o sobrepastoreio e técnicas agrícolas e de rega inadequadas. Como exemplo concreto do impacto de fenómenos ambientais na agricultura, Cabo Verde enfrenta uma seca severa que poderá levar a uma quebra de 75% na produção de milho e feijão, duas das suas principais culturas. Um grupo multidisciplinar, que inclui o Ministério da Agricultura e Ambiente e a FAO, projetou que a produção de cada cultura será de pouco mais de mil toneladas, em comparação com as cinco a seis mil toneladas da campanha anterior. As recomendações para o país incluem o uso rigoroso da água, assistência técnica de proximidade aos agricultores e a adaptação das espécies cultivadas às novas condições atmosféricas. Para reverter este cenário global, o relatório da ONU defende a adoção de práticas sustentáveis, como a rotação de culturas e a utilização de plantas de cobertura, que poderiam restaurar a produção suficiente para alimentar mais 154 milhões de pessoas anualmente. A organização apela ainda à implementação de estratégias integradas de utilização da terra e a intervenções políticas, incluindo medidas regulamentares como o controlo da desflorestação e programas de incentivo que associem subsídios a resultados ambientais positivos.

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