Depressão Cláudia Deixa Rasto de Destruição e Vítimas Mortais em Portugal

A passagem da depressão Cláudia por Portugal continental resultou em mais de quatro mil ocorrências, provocando vítimas mortais, feridos e avultados danos materiais, com as inundações a representarem mais de metade dos incidentes registados.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou um total de 4.017 ocorrências relacionadas com o mau tempo entre as 14:00 de quarta-feira e as 11:00 de domingo. As regiões mais afetadas foram a Península de Setúbal (647 ocorrências), o Algarve (586) e a Área Metropolitana do Porto (423). Do total de incidentes, as inundações foram a causa mais frequente, com 2.148 casos, seguidas pela queda de árvores (731), limpeza de vias (497), queda de estruturas (335) e movimentos de massa (281).

Foram ainda efetuados 11 salvamentos aquáticos e 14 salvamentos terrestres.

O mau tempo provocou três vítimas mortais.

Em Fernão Ferro, no Seixal, um casal com mais de 80 anos morreu após a sua casa ter ficado inundada. No Algarve, uma cidadã britânica de 85 anos morreu no Camping de Albufeira devido a fenómenos de vento forte. No mesmo concelho, a queda do teto de um restaurante provocou 20 feridos, e outras duas pessoas ficaram feridas no parque de campismo. Adicionalmente, 32 pessoas foram deslocadas das suas habitações nos concelhos de Abrantes, Salvaterra de Magos, Seixal e Pombal.

Na resposta a estas ocorrências, estiveram empenhados 12.382 operacionais, apoiados por 4.795 veículos.

Perante a situação meteorológica adversa, a Proteção Civil emitiu um conjunto de recomendações à população. Entre os conselhos destacam-se a desobstrução dos sistemas de escoamento de águas, a fixação de estruturas soltas como andaimes e placards, e a adoção de especial cuidado na circulação em áreas arborizadas e junto à orla costeira.

A ANEPC desaconselhou igualmente atividades relacionadas com o mar e apelou a uma condução defensiva, evitando atravessar zonas inundadas.