Demissão em Santa Maria: O Caso do Dermatologista e os 700 Mil Euros



O médico dermatologista Miguel Alpalhão apresentou a sua demissão do Hospital de Santa Maria, alegando ter sido alvo de um tratamento “humilhante, degradante e persecutório” por parte da administração da unidade hospitalar. A demissão surge após a controvérsia gerada pelos elevados montantes que o médico faturou através da realização de cirurgias adicionais.
Segundo os artigos, Miguel Alpalhão recebeu um valor que ronda os 700 mil euros (uma fonte aponta para quase 715 mil euros) por trabalho extra realizado durante 22 dias. Parte deste valor, cerca de 400 mil euros, terá sido ganho ao longo de dez sábados a realizar cirurgias dermatológicas, cuja duração média não ultrapassava os cinco minutos. A polémica adensou-se com a revelação de que o médico realizou intervenções cirúrgicas aos seus próprios pais, que não terão seguido os trâmites normais de referenciação, tendo o clínico recebido 5.500 euros por estes procedimentos.
Na sequência destas revelações, foi divulgado um relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que confirmou a existência de “irregularidades graves” e apontou falhas nos mecanismos de controlo interno do hospital. A investigação concluiu que as cirurgias foram efetuadas fora do circuito normal de triagem. Em resposta, a administração do Hospital de Santa Maria suspendeu o médico de funções com perda total de vencimento e instaurou um processo disciplinar que poderia culminar no seu despedimento e na exigência da devolução das verbas consideradas indevidamente recebidas.
Foi neste contexto que o médico decidiu apresentar a sua demissão.











