Grupo Estado Islâmico reivindica ataques em Moçambique e representa ameaça crescente na Europa



Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram a autoria de dois ataques na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, que resultaram na morte de dois "cristãos". Os ataques ocorreram nos distritos de Muidumbe e de Mocímboa da Praia, onde as vítimas foram capturadas e mortas por degolação, segundo os canais de propaganda do grupo. A província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma insurgência armada desde outubro de 2017, que já provocou mais de 6.341 mortos em pouco mais de oito anos, segundo a organização ACLED. A violência causou também uma grave crise humanitária, com mais de um milhão de deslocados. O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, visitou recentemente a região e alertou para o risco de o conflito "cair na categoria de 'conflitos esquecidos'".
O cardeal destacou que os terroristas exploram a pobreza e o desemprego para recrutar jovens e que a população, incluindo cristãos e muçulmanos moderados, vive com "medo e dor".
Paralelamente, a ameaça jihadista continua a preocupar as autoridades europeias.
Em Inglaterra, dois homens, Walid Saadaoui e Amar Hussein, foram condenados por planearem um ataque armado de inspiração islâmica contra a comunidade judaica, que poderia ter sido um dos mais mortíferos no Reino Unido. O plano foi frustrado por um agente infiltrado.
As autoridades britânicas sublinham o risco crescente representado pelo grupo, que recorre à radicalização online para exportar violência.
Noutras partes da Europa, as autoridades mantêm-se em alerta.
Na Alemanha, um suspeito com dupla nacionalidade alemã e síria foi detido por suspeita de recrutar membros para o Estado Islâmico no distrito de Kitzingen. Embora não existam provas de planos de ataque concretos por parte do detido, o caso reflete a contínua atividade de propaganda e recrutamento do grupo no continente.













