Aumento da Criminalidade Sexual em Portugal: Mais Detenções em 2025 e Desafios no Sistema Judicial

O número de detidos por crimes sexuais em Portugal já ultrapassou em 2025 o total do ano anterior, refletindo uma tendência de crescimento que se verifica também a nível regional e que coloca desafios à prevenção e repressão criminal.

A criminalidade sexual em Portugal registou um aumento significativo, com o número de detenções em 2025 a superar já o total do ano anterior. Nos primeiros dez meses de 2025, a Polícia Judiciária (PJ) deteve 269 suspeitos de crimes como coação sexual, violação, abuso sexual de menores e pornografia infantil, um número superior aos 251 detidos durante todo o ano de 2024.

Os dados foram revelados pelo diretor nacional da PJ, Luís Neves, que descreveu os números como “absolutamente impressionantes” e sublinhou a importância da cooperação entre as diversas instituições no combate a este tipo de crime. Esta tendência de crescimento é visível a nível local, como no distrito de Viseu, onde os tribunais registaram 23 crimes de abuso sexual de menores em 2024, consolidando um aumento verificado nos últimos cinco anos.

No mesmo distrito, a violência doméstica continua a ser o crime mais frequente, com 940 ocorrências reportadas em 2024.

Outros crimes relevantes na região incluem 162 crimes violentos, 179 incêndios florestais e 1.078 crimes rodoviários.

As operações policiais continuam a resultar em detenções específicas, como a de um homem de 25 anos em Angra do Heroísmo, nos Açores, por fortes indícios da prática de pornografia de menores agravada. A investigação, que teve início em julho de 2025 após informações recebidas através de mecanismos de cooperação internacional, culminou numa busca domiciliária onde foi encontrado equipamento informático com fotografias e vídeos de menores de 14 anos em atividades pornográficas. Apesar do aumento de detenções, os dados sobre as condenações revelam desafios. Em 2024, um total de 425 pessoas foram condenadas por crimes de abuso sexual, lenocínio e pornografia de menores. No entanto, segundo os dados disponíveis, apenas um terço destes arguidos foi condenado a pena de prisão efetiva.