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Programa nuclear iraniano em momento crítico

O programa nuclear iraniano atravessa um momento decisivo, com o prazo para um acordo com as potências europeias a esgotar-se e a ameaça do restabelecimento de sanções a pairar sobre Teerão.
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O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, admitiu que o programa nuclear do Irão atravessa um "momento bastante difícil".

A tensão surge numa altura em que Teerão tem até sábado à meia-noite para alcançar um consenso com o grupo E3 — Alemanha, França e Reino Unido — sobre as condições para prolongar a suspensão das sanções internacionais.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas já deu 'luz verde' ao regresso das sanções que tinham sido levantadas no âmbito do acordo de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018.

O grupo E3 considera que o Irão não cumpre as condições para manter a suspensão das sanções, exigindo que Teerão conceda acesso total aos inspetores da AIEA e retome as conversações, incluindo com os norte-americanos. Em resposta, o Irão ameaça suspender a cooperação com a agência da ONU caso as sanções sejam restabelecidas.

A situação interna no Irão também reflete a tensão, com 71 dos 290 deputados do parlamento a assinarem uma petição que apela ao fabrico de uma bomba nuclear, justificando a necessidade de uma revisão da doutrina de defesa face a ataques de Israel e dos EUA. Esta posição contraria a 'fatwa' do líder supremo, Ali Khamenei, que proíbe o desenvolvimento de armas atómicas.

Apesar do impasse, os canais diplomáticos permanecem abertos.

Grossi tem reuniões agendadas com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano e já se encontrou com o Presidente francês, Emmanuel Macron, destacando também o envolvimento de um emissário norte-americano.

O diretor da AIEA declarou não estar "nem otimista nem pessimista", mas sublinhou que a comunicação contínua permite esperar uma solução, possivelmente através de um acordo provisório que conceda mais tempo às negociações.

Paralelamente, Rafael Grossi confirmou a sua candidatura ao cargo de secretário-geral da ONU, para suceder a António Guterres em 2026, defendendo que a organização se deve focar na sua missão primária de paz e segurança.

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