Guiné-Bissau Sob Controlo Militar: O Golpe que Adiou a Democracia



Um grupo de militares tomou o poder na Guiné-Bissau a 26 de novembro, depondo o Presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, que subsequentemente abandonou o país.
A junta militar suspendeu a divulgação dos resultados das eleições gerais ocorridas três dias antes, a 23 de novembro. A oposição denuncia a ação como uma manobra para impedir a publicação dos resultados eleitorais, que deveriam ter sido anunciados a 27 de novembro.
As eleições decorreram sem a participação do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu líder, Domingos Simões Pereira, que foram excluídos da corrida. O partido declarou apoio ao candidato Fernando Dias da Costa, que havia reclamado vitória na primeira volta contra Embaló.
Após o golpe, Domingos Simões Pereira foi detido, levando a que o PAICV, de Cabo Verde, apelasse à sua libertação imediata.
O vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins, expressou a convicção de que o Presidente deposto continua a controlar a junta militar.
Após a tomada do poder, foi instaurado um governo de transição com a duração prevista de um ano. O General Horta Inta-A foi empossado como Presidente da República de Transição e nomeou Ilídio Vieira Té, antigo ministro do governo de Embaló, como primeiro-ministro e ministro das Finanças.
O novo executivo é composto por 23 ministros e cinco secretários de Estado.
A composição do novo governo destaca-se pela inclusão de seis militares em pastas chave como a Defesa, Interior e Ordem Pública, e Saúde.
Além disso, integram o executivo figuras do regime deposto, como Carlos Pinto Pereira, que transita dos Negócios Estrangeiros para a Justiça, e José Carlos Esteves, que se mantém nas Obras Públicas. O governo conta ainda com seis membros do PAIGC que se incompatibilizaram com o líder do partido, incluindo o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Bernardo Vieira.















