Doentes urgentes enfrentam esperas de até sete horas nos hospitais da Grande Lisboa



Os serviços de urgência na região de Lisboa e Vale do Tejo viveram uma manhã de quarta-feira com tempos de espera significativamente acima do recomendado, sobrecarregando a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O caso mais grave foi registado no Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, conhecido como Amadora-Sintra, onde, por volta das 11h30, os doentes classificados com pulseira amarela (urgentes) enfrentavam uma espera de cerca de sete horas para a primeira observação médica. A situação era ainda mais crítica para os 17 doentes com pulseira verde (pouco urgentes), que aguardavam há 12 horas e 37 minutos. Estes valores contrastam fortemente com os tempos de referência do sistema de triagem, que estipulam um atendimento em 60 minutos para casos urgentes e 120 minutos para os pouco urgentes.
A pressão nas urgências não foi exclusiva do Amadora-Sintra.
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, dez doentes urgentes esperavam cinco horas e 12 minutos, enquanto os pouco urgentes aguardavam 11 horas. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, a espera para casos urgentes era de três horas e 29 minutos, e no Hospital Garcia de Orta, em Almada, os doentes pouco urgentes enfrentavam uma espera de quase sete horas.
Este cenário de congestionamento na Grande Lisboa evidencia uma acentuada assimetria regional quando comparado com outras zonas do país.
No Hospital de Santo António, no Porto, os tempos de espera para doentes urgentes e pouco urgentes eram de uma hora e 23 minutos e 32 minutos, respetivamente. No Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, os valores eram ainda mais baixos, com 17 minutos para casos urgentes e 12 minutos para os pouco urgentes.
O portal do SNS informava também que, durante o dia, vários serviços de urgência especializados se encontravam encerrados, nomeadamente as de obstetrícia e ginecologia nos hospitais de Santarém, Setúbal e Portimão, e a urgência pediátrica em Torres Vedras, o que pode ter contribuído para o aumento da afluência às urgências gerais. Perante esta situação, as autoridades de saúde reiteram o apelo para que a população contacte a Linha SNS24 (808 24 24 24) antes de se deslocar a um hospital, a fim de receber a orientação mais adequada e ajudar a descongestionar os serviços.
















