Um Mês Após a Tragédia do Elevador da Glória

Passado um mês sobre o acidente com o Elevador da Glória, que resultou em 16 mortos e pelo menos 22 feridos, os familiares das vítimas mortais e os sobreviventes afirmam não ter sido contactados pela Câmara de Lisboa nem pela Carris.

Atualmente, três feridos continuam hospitalizados.

Em Lisboa, todos os funiculares permanecem parados e a rua onde ocorreu a tragédia tornou-se um memorial.

O processo de indemnização às famílias aguarda o seu início formal, com a seguradora Fidelidade a criar uma comissão técnica independente, presidida pelo professor Duarte Nuno Vieira, para acompanhar os casos.

Sabe-se já que os montantes a atribuir não serão uniformes.

Para as vítimas mortais, a compensação dependerá da idade e dos rendimentos anuais, enquanto para os feridos, o valor variará conforme as lesões e o grau de incapacidade resultante.

A comissão técnica deverá reunir-se em breve, prevendo-se que os casos das vítimas mortais sejam resolvidos mais rapidamente.

Os feridos, cujos processos podem ser mais demorados devido à necessidade de estabilização clínica, deverão receber adiantamentos para cobrir despesas imediatas.

A complexidade do processo é agravada pela diversidade de nacionalidades das vítimas: os 16 mortos provinham de nove países diferentes, incluindo cinco portugueses.

A seguradora ainda tenta localizar quatro dos feridos, articulando esforços com as embaixadas.

Acresce a situação das cinco vítimas portuguesas, que estavam também cobertas por seguros de acidentes de trabalho, obrigando as famílias a escolher qual acionar.

Enquanto os processos decorrem, a Fidelidade garante estar a cobrir despesas imediatas como funerais, transladações e tratamentos médicos.

Paralelamente, decorrem quatro investigações autónomas ao acidente, sendo que apenas um relatório preliminar deverá ser conhecido em breve.