
Apoio às vítimas do Elevador da Glória domina campanha autárquica em Lisboa



A polémica em torno do apoio às vítimas do acidente com o Elevador da Glória intensificou-se na campanha eleitoral de Lisboa. A candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN, Alexandra Leitão, acusou o presidente da Câmara, Carlos Moedas, de “faltar à verdade” e de não estar “à altura do cargo que ocupa”.
A acusação baseia-se numa reportagem da RTP onde familiares das vítimas e sobreviventes afirmaram não ter sido contactados pela autarquia nem pela Carris, um mês após o acidente.
Leitão criticou ainda a não concretização de medidas aprovadas em reunião de câmara, como a disponibilização de apoio psicológico e a criação de um fundo municipal de apoio. Em resposta, Carlos Moedas acusou o Partido Socialista de “partidarizar e politizar” a tragédia.
O autarca e recandidato pela coligação PSD/CD-PP/IL garantiu que a Câmara “não falhou” no auxílio e que “todas as pessoas foram contactadas” pela sua chefe de gabinete.
Moedas afirmou ter recebido pessoalmente familiares de vítimas do Canadá, Coreia do Sul, França e Inglaterra e deu exemplos de apoio prestado, recusando-se a detalhar por respeito à privacidade dos envolvidos.
Considerou o fundo municipal uma “formalidade”, assegurando que toda a ajuda necessária está a ser providenciada.
Os vereadores do PCP também manifestaram “repúdio pela alegada ausência de apoio” e exigiram esclarecimentos. O descarrilamento do elevador, a 3 de setembro, provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos.
A Carris, empresa municipal responsável, esclareceu que tem prestado apoio através dos canais oficiais, mas não dispõe da lista de contactos das vítimas, que está na posse das autoridades.
O tema foi abordado em duas reuniões extraordinárias da câmara, tendo Carlos Moedas decidido adiar uma nova discussão para 13 de outubro, após as eleições, para evitar a partidarização do debate técnico.
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