Da Defesa à Energia: A Proposta para Blindar a Europa Contra Apagões



Num contexto de crescentes tensões geopolíticas, a Eurelectric, associação que representa as empresas de eletricidade europeias, alertou que as infraestruturas energéticas se tornaram um alvo preferencial para ataques híbridos, considerando que “a segurança energética é sinónimo de segurança elétrica”. Numa carta enviada aos ministros da Energia da UE, que se reunirão a 15 de dezembro, a organização defende que garantir o fornecimento de eletricidade é um “imperativo existencial” e propõe uma solução inovadora para reforçar a resiliência do setor. A sugestão central é que os Estados-membros utilizem até 1,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), verba atualmente comprometida com a NATO para investimentos em defesa, para fortalecer a segurança da rede elétrica.
Esta medida seria financiada a partir de um montante total de 250 mil milhões de euros destinados a investimentos relacionados com a defesa. As medidas específicas propostas pela Eurelectric incluem a criação de reservas estratégicas de componentes essenciais, o investimento em sistemas de deteção e neutralização de drones, a melhoria da cibersegurança e a aceleração da capacidade de reparação rápida de infraestruturas danificadas.
A associação sublinha que a preparação para ataques físicos e cibernéticos, bem como o planeamento da recuperação, deve tornar-se a “nova norma”.
Para tal, defende a realização de exercícios conjuntos entre empresas do setor, autoridades civis e unidades militares para otimizar a coordenação e a capacidade de resposta. Além do reforço da segurança física e digital, a Eurelectric aponta outras duas prioridades: otimizar a “autonomia estratégica aberta” para equilibrar a dependência de importações com os custos de requisitos de conteúdo local, e garantir um abastecimento seguro através de um planeamento holístico do sistema e maiores investimentos em infraestruturas. Esta proposta surge na véspera da apresentação de um plano da Comissão Europeia para reforçar as redes e acelerar a eletrificação na UE.









