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O Motor Oculto da Economia: Como o Capital de Risco Transforma Empresas em Portugal e Pede Mais Apoio

As empresas portuguesas que recebem financiamento de capital de risco são significativamente maiores, mais rentáveis e mais exportadoras do que a média nacional. Um estudo recente do ISCTE para a Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI) quantifica este impacto e serve de base para um apelo ao Governo por mais incentivos e uma mudança de imagem do setor.
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Um estudo da autoria de Paulo Viegas de Carvalho e Carlos Manuel Pinheiro, do ISCTE, revela o impacto transformador do capital de risco no tecido empresarial português. Segundo a investigação, encomendada pela Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), as empresas financiadas por sociedades de Private Equity e Venture Capital geram, em média, um volume de negócios 12,3 vezes superior ao da média nacional e empregam 15,1 vezes mais pessoas. As exportações representam 49% do volume de negócios destas companhias, o que contribui para os seus resultados anuais superiores.

No total, o setor movimenta 21,7 mil milhões de euros anuais, é responsável por 177 mil empregos e, em 2023, cada empresa pagou em média 2,2 milhões de euros em IRC.

A rentabilidade e eficiência destas empresas são também notavelmente superiores.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) médio de uma empresa apoiada por capital de risco é de 1,5 milhões de euros, 7,5 vezes mais do que os 200 mil euros da média nacional. No segmento específico de Private Equity, este valor sobe para 5 milhões de euros, 25 vezes acima da média. Estes dados, segundo o estudo, demonstram a capacidade do setor para promover a eficiência do investimento, a sustentabilidade financeira e a criação de valor, evidenciando o seu papel como catalisador da competitividade da economia portuguesa. Apesar do seu impacto positivo, o investimento em capital de risco em Portugal corresponde a apenas 0,053% do PIB, um indicador que coloca o país na cauda da União Europeia. Stephan de Moraes, presidente da APCRI, sublinha que estes resultados deveriam servir de estímulo para o Governo, que priorizou o crescimento económico. A associação defende a criação de um fundo de fundos gerido pelo Banco Português de Fomento e a implementação de incentivos para que investidores institucionais, como fundos de pensões e seguradoras, invistam em fundos de Private Equity e Venture Capital. Com base nos resultados robustos do estudo, a APCRI vai propor formalmente ao Governo a alteração da designação legal do setor de “Capital de Risco” para “Capital de Investimento”.

A associação argumenta que a palavra “risco” tem uma conotação negativa que afasta investidores, não refletindo a realidade de um setor que promove um crescimento intenso e com riscos controlados.

A apresentação pública do estudo e das propostas decorrerá numa conferência que contará com a presença do ministro da Economia e do secretário de Estado das Finanças.

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