Endividamento da economia acelera para 847 mil milhões de euros

De acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal, o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 32,3 mil milhões de euros na primeira metade de 2025, fixando-se num total de 847 mil milhões de euros. Deste montante, 468,8 mil milhões de euros correspondiam ao setor privado (empresas e particulares) e 378,2 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas). O setor público viu o seu endividamento crescer 19,1 mil milhões de euros, um acréscimo impulsionado sobretudo pela dívida contraída perante o exterior (14,5 mil milhões de euros), essencialmente através do investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Registou-se também um aumento da dívida pública para com os particulares (+2,1 mil milhões), as administrações públicas (+1,7 mil milhões) e as empresas não financeiras (+1,5 mil milhões), tendo havido uma ligeira redução face ao setor financeiro (-0,7 mil milhões). Por sua vez, o endividamento do setor privado aumentou 13,2 mil milhões de euros. O endividamento dos particulares cresceu 7,0 mil milhões, maioritariamente junto do setor financeiro (+6,6 mil milhões), dos quais 5,1 mil milhões foram destinados a crédito à habitação. Já as empresas privadas viram a sua dívida subir 6,2 mil milhões, refletindo aumentos perante o setor financeiro (+5,0 mil milhões), o exterior (+0,7 mil milhões) e outras empresas não financeiras (+0,6 mil milhões).

Este aumento geral da dívida superou o crescimento da economia, resultando num agravamento do rácio do endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB, que passou de 285,7% para 289,6%. Em junho de 2025, a taxa de variação anual do endividamento dos particulares atingiu 6,7%, o valor mais elevado desde dezembro de 2008 e o décimo nono aumento mensal consecutivo.