Crédito à Habitação: Entre o Aumento das Prestações e a Oportunidade de Amortização



As famílias com crédito à habitação de taxa variável enfrentam em dezembro a primeira subida da prestação em quase dois anos, um sinal de que o ciclo de descidas das taxas de juro terminou.
Segundo Nuno Rico, economista da DECO Proteste, apenas os contratos indexados à Euribor a 12 meses escapam, para já, a este agravamento. A DECO alerta que as próximas revisões poderão trazer novos aumentos, aconselhando os portugueses a prepararem-se para um cenário financeiro mais difícil e a reverem os seus contratos de crédito.
Neste contexto, Nuno Rico sublinha a importância de amortizar o crédito à habitação, uma medida que pode gerar uma poupança de milhares de euros em juros. O economista destaca que esta é uma altura ideal para o fazer, aproveitando a isenção da comissão de amortização antecipada, que estará em vigor até ao final de 2025. Rico refere que muitos portugueses possuem dezenas de milhares de euros em contas à ordem ou depósitos a prazo que poderiam ser utilizados para reduzir a dívida ao banco, sendo vantajoso amortizar mesmo que com valores pequenos. Este cenário de subida das prestações ocorre num momento em que, segundo a DECO Proteste, Portugal regista o maior volume de concessão de crédito dos últimos 17 anos. As famílias estão a endividar-se mais, tanto em montante como no número de contratos celebrados.
Paralelamente, uma das análises critica a política de habitação do governo, classificando-a como 'esquizofrénica'.
A crítica aponta para a contradição de se promoverem incentivos fiscais no IRS para os proprietários e, ao mesmo tempo, manter-se em vigor um imposto ('imposto Mortágua') que foi criado especificamente para penalizar o investimento em imóveis para habitação.









