Reforço Insuficiente? Mais de 290 Mediadores nas Escolas, Mas Vagas e Desafios Persistem



Dois meses após o início do ano letivo, as escolas portuguesas já contrataram 293,5 mediadores linguísticos e culturais para apoiar a integração do crescente número de alunos estrangeiros. Esta iniciativa, que representa um custo de nove milhões de euros para o presente ano letivo, prevê a contratação de um total de 310 mediadores, um aumento de 23 face ao ano anterior. Segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), apesar de a maioria das vagas estar preenchida, ainda existem 13,5 processos de seleção com candidaturas terminadas e outros três horários por ocupar. A medida responde ao aumento exponencial de estudantes migrantes no sistema de ensino público. Entre os anos letivos de 2018/2019 e 2024/2025, o número de alunos estrangeiros triplicou, passando de 53 mil para 157 mil. Só nos últimos três anos, registou-se a entrada de 87 mil novos alunos.
Em média, as escolas acolhem agora alunos de 20 nacionalidades diferentes, quase o dobro do valor registado em 2018.
A primeira experiência com mediadores ocorreu no ano letivo anterior, quando o Governo autorizou a contratação de 287,5 mediadores para 319 agrupamentos escolares, na proporção de meio mediador (18 horas semanais) por cada 10 alunos estrangeiros.
No entanto, como muitos profissionais foram contratados tardiamente, alguns só em abril, os seus contratos não puderam ser renovados, obrigando as escolas a iniciar novos processos de recrutamento em setembro.
Os diretores escolares aplaudem a iniciativa, considerando-a uma experiência positiva e essencial para a integração dos alunos e das suas famílias.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), reafirmou a importância destes profissionais e defendeu a necessidade de reforçar a medida para abranger mais escolas.
O representante dos diretores manifestou ainda a esperança de que os contratos dos mediadores atualmente em funções possam ser renovados, evitando a interrupção do apoio no final do ano letivo.














