Espanha vai propor a Portugal pacto para responder a emergência climática

Na sequência de um verão devastador marcado por incêndios recorde, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou a intenção de propor a Portugal e França um pacto de Estado conjunto para responder à emergência climática.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, defendeu a criação de um "pacto de Estado face à emergência climática" e anunciou que irá propor um trabalho conjunto com Portugal e França para atingir este objetivo. A iniciativa surge na sequência dos incêndios violentos que assolaram Espanha durante o verão, considerados os maiores de que há registo no país, e que também afetaram os países vizinhos.

Segundo dados provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), os fogos em Espanha queimaram cerca de 400 mil hectares e causaram quatro mortes em 2025, estabelecendo um recorde anual desde o início dos registos comparáveis em 2006.

O governo espanhol declarou como zonas de catástrofe as áreas afetadas por 113 grandes incêndios nos últimos dois meses.

Estes eventos coincidiram com a onda de calor mais intensa e a terceira mais longa registada no país desde, pelo menos, 1975.

Sánchez atribuiu a dimensão dos fogos ao impacto das alterações climáticas, afirmando que estas "matam", e condenou os discursos negacionistas.

O primeiro-ministro espanhol tenciona transmitir à Comissão Europeia a necessidade de não recuar na transição ecológica, mas sim de a reforçar. Para além da emergência climática, o líder espanhol apontou outras causas para a gravidade dos incêndios, como uma gestão territorial "não adequada", com florestas sobrecarregadas de biomassa e ausência de corta-fogos. Mencionou também a falta de espécies de árvores autóctones ou resistentes ao fogo e uma "política de prevenção claramente insuficiente", incluindo a falta de planos e de corpos de bombeiros e sapadores florestais adequados, sublinhando que estas são competências dos governos regionais.

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