Chefe de protocolo do ex-presidente da Guiné-Bissau foi detido em Lisboa com cinco milhões de euros



O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) confirmou que o voo que transportou a esposa e o chefe de protocolo do ex-presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, para Lisboa foi classificado como "voo de Estado". A justificação para esta classificação, segundo o MNE, prende-se com o facto de a passageira, Dinisia Reis Embaló, ser cônjuge de um chefe de Estado e, apesar de este ter sido deposto, as novas autoridades não serem reconhecidas, tendo sido invocadas razões de segurança. No dia 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, a Polícia Judiciária (PJ) deteve o chefe de protocolo, Tito Fernandes, por suspeitas de contrabando e branqueamento de capitais. Fernandes transportava na sua bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário.
Posteriormente, foi libertado sem ser presente a tribunal.
A esposa do ex-presidente, Dinisia Reis Embaló, que viajava no mesmo avião, não foi detida, mas foi constituída arguida pelos mesmos crimes. O montante foi apreendido pelas autoridades, que irão investigar a sua origem.
A ação policial, que contou com a colaboração da Autoridade Tributária, decorreu na sequência de uma denúncia anónima. O MNE esclareceu que a classificação de "voo de Estado" tem efeitos "unicamente protocolares", como prioridade na aterragem e descolagem, e não impede a atuação das autoridades policiais. O pedido que chegou ao Protocolo de Estado foi sempre para um voo civil, embora uma nota da PJ tenha referido que o voo estava inicialmente classificado como militar.
Segundo uma fonte ligada à investigação, o destino final da aeronave seria o Dubai.
Este incidente ocorre após um autodenominado "alto comando militar" ter tomado o poder na Guiné-Bissau a 26 de novembro, dias após as eleições gerais.
Sissoco Embaló foi deposto e abandonou o país.
O Ministério Público abriu um inquérito ao caso.






















