Este Mercedes-Benz 500 SEL com peças raras da AMG pertenceu ao actor francês Jean-Paul Belmondo

A União Europeia está a ponderar acelerar a transição para os veículos elétricos, propondo a proibição da compra de novos carros com motor de combustão por parte de frotas de aluguer e empresariais já a partir de 2030, cinco anos antes do prazo geral estabelecido para 2035. A proposta, ainda em análise e sem decisão oficial, visa usar o peso significativo destes setores — que representam cerca de 60% das vendas de veículos novos na Europa — como um motor para a eletrificação. Dado que as empresas de aluguer renovam as suas frotas em ciclos de um a dois anos, a medida poderia garantir que a maioria dos seus veículos fosse elétrica por volta de 2032. Esta potencial mudança teria um impacto direto no mercado de usados, uma vez que as frotas são a sua principal fonte de abastecimento. A partir de 2030, a oferta de carros a gasolina e gasóleo recentes diminuiria drasticamente. Além disso, os fabricantes de automóveis poderiam ser pressionados a descontinuar certos modelos a combustão antes de 2035, caso perdessem as encomendas de grande volume provenientes das frotas.

No entanto, a resposta da indústria a esta transição não é uniforme.

Enquanto algumas empresas avançam na eletrificação, como a Volkswagen, que se prepara para produzir um novo modelo elétrico na fábrica da Autoeuropa a partir de 2027 com um apoio estatal de 30 milhões de euros, outras demonstram cautela. A Mercedes, por exemplo, confrontada com uma quebra nas vendas de veículos elétricos, decidiu voltar a apostar em motores a combustão, chegando a adquirir unidades motrizes à sua rival direta, a BMW, para dar resposta às suas necessidades de produção.