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Sexta-feira, Agosto 8

Violência: Há mais queixas de homens, mas algumas só aparecem "no limite"

A violência doméstica contra homens tem vindo a aumentar, mas o estigma e a perceção de que os apoios são apenas para mulheres levam muitas vítimas a só procurar ajuda em situações-limite, segundo dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelou que, entre 2021 e 2024, o número de homens vítimas de violência doméstica aumentou 48%, num universo total de 3.671 pessoas apoiadas. Segundo Carla Ferreira, da APAV, este crescimento está associado a uma maior consciencialização de que o fenómeno é transversal.

Contudo, persiste um forte estigma que leva os homens a procurar ajuda tardiamente, muitas vezes "numa situação limite". Um número significativo de vítimas (29,9%) demorou entre dois e seis anos a pedir apoio, com alguns a admitirem que pensavam que os serviços se destinavam apenas a mulheres, o que demonstra a existência de barreiras culturais e organizacionais. O perfil do agressor nos casos de violência contra homens é maioritariamente feminino (52,9%), com idades entre os 36 e os 55 anos, e que mantém ou manteve uma relação de intimidade com a vítima (53,5%). A violência exercida não é apenas física; são recorrentes os episódios de violência psicológica, ameaças, perseguição e coação económica, sendo que em 61,3% dos casos, a agressão ocorre na residência partilhada. Os dados da APAV apontam também para a vulnerabilidade dos idosos, que constituem uma em cada quatro vítimas.

Nestas situações, os agressores são frequentemente filhos, netos ou outros familiares.

Um exemplo recente ocorreu em Vila Nova de Cerveira, onde um homem de 52 anos foi detido e colocado em prisão preventiva por agredir e ameaçar a sua mãe de 79 anos. Em termos geográficos, o distrito de Faro é o que regista mais casos (22,9%), seguido por Lisboa.

Em resposta ao fenómeno, as autoridades têm procurado reforçar os mecanismos de apoio.

Em Évora, a PSP inaugurou o "Espaço M", uma sala renovada para o atendimento especializado a vítimas.

Este comando distrital registou um ligeiro aumento de denúncias no primeiro semestre do ano. A gravidade da violência doméstica é ainda espelhada em casos como o homicídio de uma mulher de 26 anos pelo ex-companheiro em São Mamede de Infesta, cujo suspeito foi detido no Aeroporto de Lisboa.

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