Juventude em Luta: Estudantes Exigem Fim dos Combustíveis Fósseis e Ação Climática



Em Lisboa, dezenas de estudantes da Escola Artística António Arroio marcaram o início das manifestações, saindo das aulas para se concentrarem com faixas que exibiam lemas como “Fim ao Fóssil até 2030” e “Estudar para que futuro?”.
Segundo Leonor Chicó, do movimento Greve Climática, esta ação é a concretização de um aviso feito há um ano, quando estudantes entregaram uma carta ao Governo a exigir o compromisso com o fim dos combustíveis fósseis.
Perante a ausência de resposta, os jovens decidiram “parar a normalidade das escolas” para assegurar o seu próprio futuro.
A mobilização estendeu-se a outras instituições de ensino.
No ensino secundário, aderiram também o Liceu Camões, a Escola Secundária Pedro Nunes e a Escola Secundária Ribeiro Sanches.
No ensino superior, participaram estudantes da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia e da Nova Medical School, bem como alunos da cooperativa artística Ar.CO. Para além da exigência climática, os protestos visam também homenagear as vítimas recentes do mau tempo em Portugal, como o casal de idosos que morreu afogado na sua casa, sublinhando que estas catástrofes se irão intensificar. A semana de protestos foi agendada para coincidir com o final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorre em Belém, no Brasil.
A urgência da ação é reforçada por dados científicos recentes.
O Global Carbon Project (GCP) prevê que as emissões de CO2 ligadas aos combustíveis fósseis atinjam um novo recorde este ano, com um aumento de 1,1% em relação a 2024, tornando “praticamente impossível” limitar o aquecimento global a 1,5°C. Adicionalmente, o relatório “Land Gap 2025” critica os países por apostarem em soluções irrealistas de remoção de carbono, como a plantação de árvores em massa, em vez de se focarem na eliminação gradual dos combustíveis fósseis. As manifestações continuarão ao longo da semana, culminando no sábado com uma marcha intitulada “O nosso futuro não está à venda”, que partirá do Largo de Camões em direção à Assembleia da República.













