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Estudo alerta para o risco de seca extrema
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Risco de Seca Extrema Global
Um estudo científico alerta que mais de 750 milhões de pessoas poderão enfrentar uma escassez de água sem precedentes até ao final do século XXI. A chamada "seca do dia zero", um cenário em que uma região fica sem água potável para distribuir, ameaça tornar-se uma realidade iminente em várias partes do globo.
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Um estudo publicado na revista científica `Nature Communications` revela que, até ao final do século, 753 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 9% da população mundial atual, estarão expostas à "seca do dia zero" (DZD).
Este termo define o momento crítico em que uma região esgota as suas reservas de água potável para distribuição.
A investigação, baseada em modelos do Instituto Coreano de Ciências Básicas, na Coreia do Sul, é a primeira estimativa conhecida deste tipo. Os pontos mais críticos de escassez de água deverão surgir já nas décadas de 2020 e 2030, com especial incidência na região do Mediterrâneo, no sul de África e em partes da América do Norte.
O estudo identifica a bacia do Mediterrâneo como a zona urbana mais exposta, podendo enfrentar secas severas nos próximos 20 anos.
Por outro lado, as áreas rurais do norte e sul de África, bem como de algumas zonas da Ásia, enfrentarão os impactos mais graves.
As alterações climáticas são o principal motor deste risco, que afetará 74% das regiões já propensas à seca.
Num cenário de aquecimento global de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, 467 milhões de pessoas em áreas urbanas ficariam vulneráveis. O estudo alerta ainda que o período de tempo entre eventos de DZD é mais curto do que a duração dos mesmos, o que compromete a capacidade de recuperação das regiões afetadas.
Os autores do estudo sublinham a urgência da situação.
A coautora Vecchia Ravinandrasana afirmou que as secas de dia zero "já não são um cenário distante" e que, sem uma "adaptação imediata e gestão sustentável da água", centenas de milhões de pessoas enfrentarão uma escassez hídrica sem precedentes.
O coautor Christian Franzke acrescentou que, devido ao crescente stresse hidrológico, "14% dos principais reservatórios podem já secar durante os primeiros eventos".
O estudo apela, por isso, à criação urgente de "estratégias hídricas mais proativas" para evitar graves impactos sociais.
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