Acordo entre EUA e China sobre o futuro do TikTok

Os Estados Unidos e a China alcançaram um acordo de princípio sobre o futuro do TikTok em solo americano, pondo fim a meses de incerteza, mas com uma reviravolta surpreendente relativamente ao seu algoritmo.

Após meses de negociações e um braço de ferro político, os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo de princípio que define o futuro das operações do TikTok nos EUA.

O entendimento, alcançado em Madrid, prevê que a rede social passe a ter um proprietário americano, respondendo às exigências da administração Trump, que tinha imposto um prazo final para a venda ou proibição da aplicação no país. O acordo surge no contexto de uma lei aprovada pelo Congresso americano em 2024, que visava forçar a venda da plataforma pela sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance.

Washington invocava razões de segurança nacional, temendo que as autoridades chinesas pudessem aceder aos dados de milhões de utilizadores americanos ou influenciar a opinião pública através do algoritmo da aplicação, embora não tenham sido apresentadas provas para fundamentar tais receios. O prazo para a venda terminava a 17 de setembro.

A grande surpresa do acordo reside na manutenção do algoritmo chinês.

Apesar da transferência de propriedade para uma entidade americana, que um dos artigos aponta ser a Oracle, a tecnologia central que alimenta a plataforma continuará a ser a desenvolvida na China. Esta decisão representa uma cedência significativa por parte dos EUA e uma vitória para a China, que não pretendia abdicar da sua propriedade intelectual.

O vice-ministro do Comércio chinês, Li Chenggang, confirmou que o consenso era de "interesse mútuo".

O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, confirmou o pré-acordo, e o Presidente Donald Trump anunciou-o na sua rede social, Truth Social, afirmando que os jovens americanos ficariam "muito felizes".

Espera-se que o acordo seja finalizado numa conversa por videoconferência entre o Presidente Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, agendada para sexta-feira.

No entanto, um artigo de opinião classifica o envolvimento dos chefes de Estado como "surreal" e uma "trapalhada", argumentando que a China conseguiu manter o essencial do negócio.

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