Duas Faces da Violência Extrema: Terror em Moçambique e uma Trégua nos Massacres dos EUA



Em Moçambique, a Diocese de Nacala vive uma situação dramática devido a uma vaga de ataques terroristas no distrito de Memba, província de Nampula. Desde 10 de novembro, grupos que reivindicam pertencer ao Estado Islâmico têm atacado diversas localidades, resultando em centenas de casas e duas capelas incendiadas, e no rapto de mulheres e crianças.
Pelo menos quatro cristãos foram mortos, um dos quais decapitado.
O Bispo de Nacala, D. Alberto Vera, descreveu a situação como “uma semana de terror e de muito sofrimento”, apelando a orações e ajuda através da Fundação AIS. As populações estão aterrorizadas, com milhares de famílias em fuga.
A ONU estima que cerca de 128 mil pessoas tenham sido deslocadas das povoações de Lúrio e Mazula numa só semana, agravando uma crise humanitária que carece urgentemente de alimentos e kits básicos, e que é também afetada por um surto de cólera. Em forte contraste, os Estados Unidos registaram em 2025 o número mais baixo de massacres em quase duas décadas, com um total de 17 incidentes.
O último do ano foi um tiroteio numa festa de aniversário infantil na Califórnia, que causou quatro mortos. Estes dados provêm de uma base de dados mantida pela Associated Press, USA Today e a Northeastern University, que define massacre como um incidente em que quatro ou mais pessoas são mortas em 24 horas, excluindo o atacante.
No entanto, especialistas alertam que esta descida pode não significar uma maior segurança a longo prazo.
James Alan Fox, criminologista da Northeastern University, sublinha que a queda de cerca de 24% em relação a 2024 pode refletir um regresso a níveis médios após picos anómalos de violência em 2018 e 2019. Entre os fatores que podem ter contribuído para a redução estão a diminuição geral das taxas de homicídio após a pandemia, melhorias na resposta de emergência a tiroteios e a implementação de avaliações de ameaça em escolas em 22 estados. Apesar da diminuição no número de incidentes, as armas de fogo continuam a ser o principal instrumento nestes crimes. Em 2025, 82% dos massacres envolveram armas de fogo, um número consistente com a média desde 2006, período no qual 81% das 3.234 vítimas mortais foram baleadas.












