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Mecanismos Reguladores e a Estabilidade Financeira Europeia segundo Mário Centeno

Mário Centeno, o governador do Banco de Portugal, defendeu que a Europa se consolidou como o principal pilar de estabilidade mundial nos últimos anos, um feito atribuído em grande parte à robustez das suas instituições e mecanismos reguladores.
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Numa conferência que assinalou o 10.º aniversário do Mecanismo Único de Resolução (MUR), Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (BdP), afirmou que a Europa tem sido "o maior pilar e fornecedor de estabilidade no mundo" durante os últimos anos.

Segundo Centeno, esta estabilidade deve-se em grande parte às instituições reguladoras europeias, que são levadas a sério e utilizadas para garantir a segurança das economias dos Estados-membros.

O governador, que está prestes a ser substituído no cargo por Álvaro Santos Pereira, salientou que não se pode procurar estabilidade e, simultaneamente, disrupção.

A última década apresentou desafios significativos, como a pandemia, choques geopolíticos, o risco cibernético e o surgimento de ativos digitais.

Perante este cenário, Mário Centeno defendeu que a Europa deve evoluir de uma abordagem focada apenas na redução do risco para uma "gestão do risco mais madura e avançada".

Para que tal seja possível, é essencial que exista confiança mútua entre os Estados-membros, as autoridades e as instituições, bem como a confiança dos cidadãos de que o sistema financeiro é capaz de resistir a crises sem comprometer a estabilidade ou a justiça. Centeno sublinhou que Portugal é um dos países que "experienciou mais e de forma mais intensa a razão pela qual os mecanismos de resolução são tão importantes", apontando os progressos do setor bancário nacional, como a melhoria dos indicadores de rendibilidade e a redução do crédito malparado. O governador elogiou as conquistas do Mecanismo Único de Resolução, destacando a sua capacidade para agir de forma "rápida e eficiente" nas suas intervenções.

Apesar dos sucessos, o governador do BdP alertou que a estabilidade financeira "não pode ser tomada por garantida", especialmente nos atuais "tempos de incerteza".

Por isso, defendeu a necessidade de concertar esforços para completar a união bancária e desenvolver o mercado de capitais da União Europeia.

Estes passos são considerados essenciais para criar um sistema financeiro competitivo e integrado, capaz de canalizar as elevadas poupanças dos europeus para investimentos produtivos na Europa.

Centeno concluiu que os primeiros dez anos do MUR demonstram o que a Europa consegue alcançar quando age com união, determinação e visão.

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