
Israel avança para ocupação total da Faixa de Gaza



A guerra em Gaza, iniciada com o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 em Israel, desencadeou uma campanha militar israelita de larga escala com consequências devastadoras. As imagens de satélite revelam um território praticamente arrasado, e a ausência de jornalistas independentes, impedidos de entrar por Israel, lança suspeita sobre os números e testemunhos de ambos os lados. Contudo, os relatos apontam para um elevado número de vítimas, com as forças israelitas a serem acusadas de abrir “fogo indiscriminado” sobre civis que procuravam ajuda humanitária. Segundo dados da ONU, entre 27 de maio e 31 de julho, 859 pessoas foram mortas perto de pontos de distribuição de ajuda. A crise humanitária é alarmante, com a população civil privada de alimentos, água e cuidados médicos, resultando em mortes por subnutrição.
O Ministério da Saúde de Gaza reportou a morte de 82 adultos por esta causa nas últimas cinco semanas e mais de 90 crianças desde o início do conflito.
Um especialista em relações internacionais afirma que existe uma “instrumentalização da comida e da fome pelos dois lados”, mas atribui maior responsabilidade legal e política a Israel como potência ocupante.
Perante este cenário, multiplicam-se os apelos ao fim do conflito.
Em Portugal, o Conselho de Reitores das Universidades e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos manifestaram a sua “profunda preocupação”, e realizaram-se vigílias de solidariedade, como na Nazaré. A nível internacional, cerca de 600 antigos oficiais de segurança israelitas, incluindo ex-chefes de agências de informação, apelaram ao presidente norte-americano, Donald Trump, para ajudar a terminar a guerra, que consideram ter deixado de ser justa. A própria sociedade israelita está dividida, com vozes a acusar o Estado de genocídio, enquanto ultranacionalistas defendem a colonização de Gaza. Analistas, como o coronel na reforma Nuno Pereira da Silva, sublinham que a solução para um conflito com raízes históricas na criação do Estado de Israel em 1948 terá de ser política, através de uma paz negociada com mediação internacional. A continuação da guerra é vista como uma “falência moral da comunidade internacional”, sendo urgente romper o ciclo de violência e encontrar um caminho baseado no direito internacional e no reconhecimento mútuo.
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