Balança Comercial Portuguesa Pressionada pela Queda nas Trocas e Relações com os EUA



As exportações portuguesas de bens caíram 5,2% em outubro de 2025, em termos homólogos, enquanto as importações recuaram 3%, marcando a primeira queda nas compras ao exterior desde junho de 2024. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta evolução resultou num agravamento do défice da balança comercial em 77 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior, atingindo os 2.805 milhões de euros. A queda de outubro surge após um disparo no mês anterior, atribuído ao fim da "guerra de tarifas" entre a União Europeia e os Estados Unidos.
Os combustíveis e lubrificantes foram responsáveis por 14% do défice comercial em outubro.
Excluindo esta categoria de produtos, o défice atingiu 2.413 milhões de euros, o que representa um agravamento de 365 milhões de euros em comparação com o período homólogo.
No que diz respeito às relações comerciais com os Estados Unidos, os dados indicam uma tendência para a normalização após o impacto das tarifas impostas pela administração Trump.
Nos primeiros nove meses de 2025, as exportações de bens para o mercado norte-americano caíram 6,8%, totalizando 3,74 mil milhões de euros, uma descida menos acentuada do que a registada no final do primeiro semestre (-8,1%). As importações dos EUA, por sua vez, cresceram 8,4% para 1,86 mil milhões de euros, abrandando face ao aumento de 14,3% na primeira metade do ano.
Apesar de Portugal manter um saldo comercial positivo com os EUA, este diminuiu. O excedente até setembro foi de 1,89 mil milhões de euros, uma queda de 400 milhões face ao mesmo período de 2024.
Setorialmente, as maiores quebras nas exportações para os EUA registaram-se nos Combustíveis e lubrificantes (-33,6%) e em Máquinas (-10,3%). Em contrapartida, as importações de Máquinas e Fornecimentos industriais dos EUA aumentaram mais de 40%. O mercado americano manteve-se como o quarto principal destino das exportações portuguesas, embora o seu peso tenha diminuído de 6,7% em 2024 para 6,2% em 2025.











