Fabricantes chineses de semicondutores contornam sanções com atualizações de equipamento



Fabricantes chineses de semicondutores estão a contornar os controlos de exportação impostos pelos EUA e Países Baixos através da atualização de equipamento de litografia mais antigo. Esta estratégia visa acelerar a produção de 'chips' avançados, essenciais para sistemas de inteligência artificial (IA), no âmbito da disputa tecnológica entre Washington e Pequim. Empresas como a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) e a Huawei estão a melhorar o desempenho de máquinas de litografia ultravioleta profunda (DUV) da empresa holandesa ASML, nomeadamente o modelo Twinscan NXT:1980i.
Para tal, adquirem componentes de maior precisão no mercado secundário, como lentes, sensores e plataformas mecânicas. Estas atualizações, realizadas com o auxílio de empresas terceiras, permitem-lhes aumentar a produção de 'chips' de sete nanómetros e mitigar os custos associados à técnica de “multi-patterning”, um processo de exposição múltipla necessário para compensar a ausência da tecnologia mais avançada de litografia ultravioleta extrema (EUV).
A ASML afirma que cumpre rigorosamente todas as leis e nega fornecer atualizações que violem as restrições, que limitam as melhorias de desempenho a 1%. No entanto, a empresa exportou um número significativo de modelos DUV mais recentes (2050i e 2100i) para a China antes de o governo holandês revogar as licenças de exportação em setembro de 2024. A procura crescente resultou num aumento da faturação da ASML na China para 10,2 mil milhões de euros em 2024, representando 36% da sua receita global.
O Bureau of Industry and Security (BIS) dos EUA está a investigar o apoio da ASML às fabricantes chinesas e considera apertar as sanções.
Entretanto, analistas da TechInsights confirmam que a SMIC continua a expandir os limites da tecnologia de sete nanómetros com equipamento DUV. O novo processador Kirin 9030 da Huawei é apontado como um exemplo do sofisticado processo de fabrico alcançado pela China, demonstrando, segundo Dan Kim da TechInsights, “feitos impressionantes” sem acesso a equipamento de ponta.






