Paralisação nos EUA Coloca Governo Português a Procurar Soluções para Salários em Atraso nas Lajes

A paralisação parcial da administração federal dos EUA, resultante de um impasse orçamental, está a causar atrasos no pagamento de salários a trabalhadores portugueses na Base das Lajes, nos Açores. O Governo português, embora se considere alheio à situação, está a avaliar medidas para mitigar o impacto sobre as famílias afetadas.

O Governo português está a avaliar possíveis soluções para reduzir o impacto do atraso no pagamento de salários aos cerca de 420 trabalhadores portugueses na Base das Lajes, nos Açores.

A situação decorre da paralisação parcial ('shutdown') da administração norte-americana, causada por um impasse orçamental entre republicanos e democratas que já dura há três semanas.

As autoridades dos EUA são a entidade patronal destes trabalhadores.

Num comunicado conjunto, os Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros afirmaram que o Executivo é "alheio" à situação, mas manifestaram preocupação com o impacto nos trabalhadores e nas suas famílias.

Consequentemente, para além dos "permanentes esforços diplomáticos" junto das autoridades norte-americanas, o Governo está a analisar soluções "face ao quadro normativo nacional vigente".

Os trabalhadores afetados, que recebem quinzenalmente, não foram pagos por 24 horas de trabalho no início de outubro e foram informados de que não deverão receber o pagamento da quinzena seguinte.

A situação gerou reações a nível regional.

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, enviou uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, apelando à ativação de canais diplomáticos para assegurar o cumprimento das obrigações salariais. A Assembleia Legislativa dos Açores também aprovou uma resolução a reclamar a regularização imediata dos pagamentos. Por seu lado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Turismo e Transportes (SITACEHTT) dos Açores apelou a que o Estado português assumisse o pagamento dos salários caso a entidade patronal norte-americana não o fizesse.

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