
Escassez de cobertura mediática do espaço lusófono em Portugal



O jornalista e professor universitário João Manuel Rocha considera que a informação jornalística em Portugal sobre os restantes países de língua portuguesa é escassa. Esta ausência de cobertura, que o investigador estuda há muito tempo, pode levar a um fenómeno de isolamento e “guetização” da informação dentro do universo lusófono, apesar da existência de uma língua e história comuns.
Segundo Rocha, a agência de notícias Lusa e a emissora pública RTP são as principais exceções a esta regra.
Com os seus canais internacionais e serviços vocacionados para audiências externas, sobretudo em África, estes meios de comunicação públicos contrariam o “deserto informativo”. O seu trabalho contribui para os fluxos noticiosos e para o debate público, estabelecendo parcerias que ajudam a construir o conceito de “lusofonia”.
Contudo, o investigador lamenta que, sem o complemento de outros órgãos de comunicação social nacionais, o esforço dos operadores públicos fique confinado a círculos limitados. A análise de João Manuel Rocha, detalhada num capítulo do livro “Jornalismo de Especialidade”, baseia-se também num inquérito realizado a responsáveis editoriais de meios portugueses no verão de 2023, que confirmou a perceção generalizada desta escassez. O investigador aponta as dificuldades que o jornalismo português atravessa — como a redução de pessoal, cortes de despesas e a queda de audiências — como um dos sintomas desta limitada atenção. Adicionalmente, existe uma hierarquização editorial que privilegia países com maior dimensão e peso económico, como Angola, Moçambique e Brasil, em detrimento de nações como a Guiné, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Esta prioridade reflete as relações estatais e económicas, focando-se mais nas instituições do que nas vivências das populações.
Quando a cobertura mediática ocorre, tende a focar-se em eventos de grande impacto, como conflitos, casos de corrupção ou desastres naturais.
Rocha atribui esta tendência mais à “força da ocorrência” do que a uma opção editorial deliberada.
No entanto, reconhece que existe o risco de um viés paternalista na forma como os assuntos são abordados, sublinhando que más práticas e desastres ocorrem em todo o mundo, não apenas em África.
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