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Entre a Missão e a Realidade: Os Desafios dos Mediadores Escolares para Alunos Estrangeiros

Contratados para promover a integração plena de alunos estrangeiros, os mediadores linguísticos e culturais enfrentam uma realidade marcada pela falta de tempo, orientações e formação, sentindo-se muitas vezes limitados ao ensino do português.
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Apesar de a sua missão oficial, definida pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), ser "promover a integração plena no ambiente escolar de crianças e jovens de nacionalidade estrangeira", os mediadores linguísticos e culturais relatam inúmeras dificuldades que desvirtuam o seu propósito. A falta de tempo, de orientações claras e de formação específica são os principais desafios apontados por profissionais que sentem ter "caído de paraquedas" nas escolas. Na prática, a função de facilitar a comunicação entre alunos, famílias e professores, e de promover atividades interculturais, é frequentemente suplantada pela necessidade de ensinar português.

Mediadoras como Lídia Santos, a trabalhar em Camarate, afirmam que grande parte do seu horário parcial de 18 horas semanais é ocupado com o ensino da língua, uma perceção partilhada pela própria direção da escola, sobrando pouco tempo para as restantes tarefas. A falta de diretrizes é outra queixa comum; Lídia relata que nem sequer recebeu uma lista dos alunos que devia apoiar, enquanto Patrícia Valente, no Montijo, lamenta que as orientações do Ministério sejam "muito simples".

As limitações contratuais agravam o problema.

O rácio definido pelo MECI prevê um mediador em horário parcial por cada 10 alunos estrangeiros, mas estas contas consideram apenas os casos mais urgentes de estudantes que não falam português. Patrícia Valente, cujo trabalho é elogiado pela direção da sua escola, afirma que teria trabalho para 35 horas semanais, mas o seu contrato de 18 horas não lhe permite chegar a todos os estudantes.

Em Vila Nova de Gaia, Selma Almeida apoia apenas quatro de quase 50 alunos inscritos em Português Língua Não Materna (PLNM).

A experiência, contudo, pode variar.

Selma Almeida encontrou num agrupamento em Gaia, dirigido por Filinto Lima, um projeto já estruturado e bem organizado, onde se sentiu apoiada.

O próprio Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), elogia a medida, mas alerta para a necessidade de reforço, sublinhando que muitas escolas que precisam de mediadores não os têm.

A juntar a estas dificuldades, os profissionais apontam as condições salariais pouco atrativas, que, segundo Patrícia Valente, não fixam as pessoas numa profissão que consideram ser "extremamente interessante".

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