Treinador do FC Porto Francesco Farioli critica arbitragem portuguesa e considera a situação insustentável

Na antevisão do jogo contra o Alverca, o treinador do FC Porto, Francesco Farioli, teceu duras críticas à arbitragem em Portugal, afirmando que a situação atingiu um ponto insustentável e que o sistema está a falhar.

Francesco Farioli, treinador do FC Porto, aproveitou a conferência de imprensa de antevisão da partida da 15.ª jornada da I Liga, frente ao Alverca, para fazer uma longa reflexão sobre o estado da arbitragem em Portugal, que classificou como "insustentável" e "fora do controlo".

O técnico italiano sublinhou que o problema não reside em erros individuais, que considera parte do jogo, mas sim numa falha sistémica mais profunda.

A sua crítica surge na sequência de um comunicado do próprio clube que já havia exigido à Federação Portuguesa de Futebol a adoção de medidas urgentes. O treinador portista focou grande parte da sua crítica no uso do videoárbitro (VAR), argumentando que a ferramenta se desviou do seu propósito original de auxiliar os árbitros. Segundo Farioli, o VAR transformou-se num instrumento que julga o desempenho dos árbitros, gerando um clima de medo que prejudica a tomada de decisões. Mencionou ainda o excesso de interrupções e de cartões mostrados aos bancos como um sintoma de que a situação está a ficar descontrolada, referindo um confronto entre um árbitro assistente e o seu jogador Bednarek no jogo com o Famalicão. Farioli expressou também a sua perplexidade com a desproporcional atenção mediática dada aos casos de arbitragem em Portugal, considerando "surreal" a quantidade de programas de televisão e páginas de jornais dedicadas ao tema. O treinador, que já trabalhou em Itália e na Turquia, afirmou que o nível de escrutínio em Portugal é "completamente diferente", dificultando a concentração dos jogadores, especialmente os estrangeiros. Por fim, o técnico do FC Porto apelou a uma reflexão por parte de todos os intervenientes na indústria do futebol português, desde os responsáveis aos meios de comunicação, para que se comece a valorizar mais os aspetos positivos, como a qualidade dos jogadores, dos treinadores e da competição. Farioli defende que é necessário "acalmar as coisas" e voltar a falar do jogo, de modo a preservar a imagem de Portugal como uma referência mundial na produção de talento futebolístico.