A arbitragem portuguesa enfrenta uma crise de credibilidade após decisões polémicas e denúncias



A arbitragem portuguesa mergulhou numa grave crise de credibilidade, espoletada por uma polémica grande penalidade assinalada a favor do Sporting contra o Santa Clara, num jogo da Taça de Portugal. A decisão, que permitiu aos "leões" empatar perto do final do tempo regulamentar, foi tomada após uma demorada análise do videoárbitro (VAR) que durou cerca de 12 minutos, gerando uma onda de indignação. A controvérsia levou a que o VAR do encontro, Rui Silva, e o seu assistente pedissem dispensa para a jornada seguinte.
A própria estrutura federativa reconheceu a falha.
Duarte Gomes, Diretor Técnico Nacional de Arbitragem da FPF, admitiu publicamente que a marcação do penálti foi uma "decisão errada", criticando o tempo excessivo da análise e considerando-a um "exemplo que não queremos ver repetido". Gomes acrescentou que o árbitro de campo, João Pinheiro, tinha decidido corretamente ao não assinalar falta no momento do lance.
Na mesma ocasião, o responsável pela arbitragem apontou também um erro na marcação de um livre que originou um golo do Benfica frente ao Farense.
As reações não se fizeram esperar.
O empresário César Boaventura falou num "manto verde" que protege certos clubes e criticou o silêncio do presidente da FPF, Pedro Proença.
O FC Porto foi mais veemente, apontando a arbitragem como a maior responsável pela instabilidade no futebol nacional e exigindo "medidas urgentes".
O clube denunciou ainda a existência de uma "comissão secreta de arbitragem", o que, segundo o jornalista Vítor Pinto, terá surpreendido Proença, que prometeu encerrá-la.
Outros clubes, como o Beira-Mar, também formalizaram queixas por se sentirem prejudicados.
O historial do VAR Rui Silva adensou a polémica, ao ser recordado que este já fora suspenso no âmbito do processo "Apito Dourado", em 2009, por alegada falsificação do relatório de um jogo.
Em contraste com a crise, o Conselho de Arbitragem divulgou as suas avaliações da 13.ª jornada da Liga, classificando a maioria das atuações como "satisfatórias" ou "muito satisfatórias", incluindo a do dérbi entre Benfica e Sporting.



















