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Fenadegas critica exclusividade dos apoios ao Douro e exige igualdade

A Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (Fenadegas) manifestou a sua “profunda indignação” face à decisão do Governo de conceder apoios financeiros exclusivamente à Região Demarcada do Douro em 2025, exigindo igualdade de tratamento para todos os viticultores nacionais.
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A Fenadegas, através de um comunicado assinado pelo seu presidente, António Mendes, opõe-se à atribuição de um apoio de 15 milhões de euros destinado unicamente à valorização das uvas no Douro. A organização considera a medida “injusta, discriminatória e desagregadora”, salientando que viticultores de outras regiões demarcadas como Dão, Bairrada, Távora-Varosa, Trás-os-Montes e Vinhos Verdes são totalmente excluídos e tratados como “produtores de segunda categoria”. O plano governamental, anunciado pelo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, prevê um apoio de 50 cêntimos por quilo de uva entregue para destilação, com o objetivo de evitar a perda de rendimento dos viticultores durienses.

O ministro justificou a medida com a “especificidade” do Douro, por ser património da UNESCO.

A Fenadegas, contudo, esclarece que não contesta o mérito do apoio ao Douro, mas sim a exclusão das restantes regiões que enfrentam desafios semelhantes.

A Federação recorda que esta situação agrava um precedente de 2024, quando, no âmbito da “destilação de crise”, o Douro recebeu um acréscimo de 0,30 euros por litro, elevando o seu apoio para 0,72 euros, enquanto as outras regiões receberam apenas 0,42 euros. A diferença em 2025, sublinha a organização, é que o apoio de 50 cêntimos é financiado diretamente pelo Orçamento do Estado, tratando-se de uma “política de apoio público que exclui, de forma clara e direta”, os demais viticultores portugueses. A Fenadegas defende que os apoios devem ser atribuídos com base em “critérios técnicos e objetivos”, como o custo médio de produção, e não por fronteiras geográficas, alertando que estas medidas criam “divisões artificiais no setor”.

Para a federação, o problema central não é o excesso de produção, mas a “falta de valorização do vinho nacional”. Assim, apela à “reversão urgente desta política discriminatória”, exigindo a sua extensão a todas as regiões vitivinícolas de forma justa e transparente, e defende uma fiscalização rigorosa dos vinhos importados e uma estratégia de promoção do vinho 100% português.

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