Fernando Dias emerge como principal adversário de Embaló nas presidenciais da Guiné-Bissau



A corrida à Presidência da República da Guiné-Bissau, agendada para 23 de novembro, conta com 12 candidatos, mas está a ser polarizada entre o atual chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, que procura um segundo mandato, e o candidato independente Fernando Dias. Este último emergiu como o principal adversário ao conseguir reunir vários apoios e alianças de peso, com o objetivo comum de derrubar o regime vigente, acusado pela oposição de violação das liberdades e perseguição a ativistas. Fernando Dias, descrito como o herdeiro do carismático líder do Partido de Renovação Social (PRS) Kumba Ialá, apresenta-se como independente, apesar de o seu partido integrar a plataforma de apoio a Embaló, devido a uma divisão interna validada pelos tribunais.
A sua candidatura ganhou um impulso decisivo após o Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado a candidatura da coligação PAI-Terra Ranka, vencedora das legislativas de 2023.
Esta exclusão afastou da corrida o histórico PAIGC e o seu líder, Domingos Simões Pereira, considerado o principal rival de Embaló. Na sequência desta decisão, o PAIGC e Domingos Simões Pereira declararam o seu apoio a Fernando Dias, participando ativamente na sua campanha.
Adicionalmente, outro candidato independente, Siga Batista, anunciou um acordo com Dias.
O mandato de Sissoco Embaló, que começou em fevereiro de 2020 após resultados eleitorais contestados, foi marcado pela dissolução do parlamento por duas vezes, a última das quais afastou do poder a coligação PAI-Terra Ranka.
Além de Embaló, Dias e Batista, concorrem às presidenciais o antigo presidente José Mário Vaz (Jomav), o antigo primeiro-ministro Baciro Dja e os candidatos João Bernardo Vieira, Mamadu Iaia Djaló, Herculano Armando Bequinsa, João de Deus Mendes, Honório Augusto Lopes, Gabriel Fernandes e Mário da Silva Júnior.
A cobertura jornalística destas eleições é assegurada à distância pela agência Lusa, após a expulsão de representantes da comunicação social portuguesa em agosto.










