Eurovisão Altera Regras de Votação em Resposta a Polémicas e Ameaças de Boicote



A União Europeia de Radiodifusão (EBU) anunciou um conjunto de alterações ao sistema de votação do Festival Eurovisão da Canção, que entrarão em vigor na edição de 2026, a realizar-se em Viena, Áustria. As medidas, aprovadas pelo Reference Group do concurso, surgem na sequência de um processo de consulta aos membros da EBU, incluindo a RTP, e visam aumentar a confiança e o envolvimento do público após polémicas recentes. Entre as principais mudanças está a redução do número máximo de votos por espectador, que passará de vinte para dez por cada método de pagamento (online, SMS ou chamada).
Outra alteração significativa é o regresso dos júris profissionais às semifinais, algo que não acontecia desde 2022.
Com esta medida, o apuramento em ambas as semifinais, bem como o resultado da final, será decidido por uma divisão de aproximadamente 50% entre os votos do júri e os do público. Os painéis de jurados também serão reformulados, aumentando de cinco para sete elementos. Estes deverão representar uma maior diversidade de experiências profissionais ligadas à música e às artes, sendo que pelo menos dois dos jurados terão de ter entre 18 e 25 anos. Para garantir a isenção, todos os jurados terão de assinar um compromisso de imparcialidade, comprometendo-se a votar de forma independente e a não coordenar votos. Estas atualizações são anunciadas num contexto de controvérsia, em particular envolvendo a participação de Israel. Vários países, como Eslovénia, Espanha, Irlanda, Islândia e Países Baixos, ponderam boicotar o evento de 2026 caso Israel participe, devido aos ataques militares na Faixa de Gaza. A emissora neerlandesa Avrotros acusou mesmo Israel de "interferência comprovada" e "manipulação política" na edição anterior.
A decisão final sobre a participação israelita será tomada pela EBU numa assembleia geral em dezembro.











