Impasse em Sete Rios: FlixBus Acusa Monopólio e Estima Perdas Milionárias Face a Bloqueio da Rede Expressos



O conflito entre a FlixBus e a Rede Expressos intensificou-se devido à contínua recusa de acesso da operadora alemã ao Terminal Rodoviário de Sete Rios, em Lisboa. Apesar de a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) ter determinado, em maio de 2025, o acesso equitativo e não discriminatório à infraestrutura, considerando não ter sido provado o esgotamento da sua capacidade, a Rede Expressos, gestora do terminal, recorreu da decisão.
A empresa alega que o terminal está a operar "no limite" e acusa a concorrente de "vitimização". Pablo Pastega, diretor-geral da FlixBus em Portugal, revelou que este "bloqueio ilegal" resultou em perdas estimadas de 12 a 12,5 milhões de euros para a empresa em 2024, um valor que representa quase 15% do seu volume de negócios de 90,6 milhões de euros no ano anterior. Pastega acusa a Rede Expressos de manter um "monopólio" que prejudica não só a empresa, mas também os passageiros. A FlixBus denuncia ainda que, enquanto lhe é negado o acesso, a Rede Expressos tem vindo a aumentar os seus próprios serviços em outros terminais.
Para protestar contra a situação, que se arrasta há seis meses desde a deliberação da AMT, a FlixBus promoveu uma ação simbólica em Sete Rios com cerca de meia centena de pessoas e criou um jogo conceptual, o 'Monopólio Expressos - Edição Sete Rios', para denunciar as práticas que considera anticoncorrenciais. A empresa sublinha que Lisboa é a única capital europeia onde não tem acesso ao principal terminal rodoviário, o que afeta particularmente os passageiros que chegam à cidade de comboio.
A FlixBus exige o cumprimento da decisão do regulador e admite levar o caso à Comissão Europeia e ao Tribunal de Justiça da União Europeia caso as autoridades portuguesas não atuem.
A operadora mantém os seus planos de expansão para 2026, com foco em cidades como Leiria, onde um novo terminal público permitirá triplicar a operação, mas salienta que a falta de acesso a Sete Rios limita significativamente as suas capacidades de crescimento em Portugal.
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