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Financiamento do FMI a África

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já emprestou um valor substancial aos países africanos desde o início da pandemia, mas prevê que a necessidade de financiamento continue a crescer devido a pressões económicas e ao elevado endividamento do continente.
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Desde 2020, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestou quase 70 mil milhões de dólares (cerca de 60 mil milhões de euros) a países africanos para os auxiliar a lidar com as consequências da pandemia de covid-19 e outros desafios económicos.

Segundo um porta-voz da instituição, a procura por apoio financeiro por parte destas nações permanece contínua, impulsionada por “choques persistentes e pressões elevadas da dívida”, o que leva o FMI a antever a necessidade de conceder mais financiamento no futuro.

O contexto é agravado pelo elevado nível de endividamento do continente. De acordo com a Organização das Nações Unidas, a dívida externa de África ultrapassou os 650 mil milhões de dólares, com os custos do serviço da dívida a atingirem quase 90 mil milhões de dólares em 2024. Este cenário leva os investidores estrangeiros a impor taxas de juro mais altas, forçando os países a recorrerem cada vez mais aos mercados internos de dívida, o que gera preocupações sobre a capacidade dos bancos locais para financiarem as empresas. Atualmente, o FMI mantém mais de 20 programas de ajustamento financeiro em África.

Vários países procuram novos acordos ou a extensão dos existentes; Uganda e Senegal negoceiam novos programas, enquanto a Zâmbia tenta prolongar o seu por mais um ano.

Outros, como o Maláui, Quénia e Moçambique, que viram os seus programas interrompidos por não cumprirem as metas, estão em negociações para os retomar. Entre os países lusófonos, apenas Angola e a Guiné Equatorial (que terminou um programa de apoio técnico sem financiamento em julho) não possuem programas de financiamento ativos. Nos países lusófonos com programas ativos, Cabo Verde obteve em julho um prolongamento do seu Mecanismo de Crédito Alargado (ECF) por 15 meses, com um aumento do financiamento para cerca de 60 milhões de euros, além de uma extensão do apoio para investimentos climáticos. A Guiné-Bissau tem um ECF em curso, através do qual já recebeu cerca de 40 milhões de euros. São Tomé e Príncipe beneficia de um ECF que se estenderá até ao final de 2027, com um desembolso previsto superior a 21 milhões de euros. Em Moçambique, o programa foi interrompido no final do ano passado devido ao incumprimento de metas associado à instabilidade pós-eleitoral, mas as discussões para um novo acordo continuam.

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