Tensão Comercial UE-China: A Ameaça de Macron e a Busca por um Equilíbrio Económico



O Presidente de França, Emmanuel Macron, ameaçou a China com a imposição de taxas aduaneiras "nos próximos meses" se Pequim não agir para reduzir o seu excedente comercial com a União Europeia. Numa entrevista ao jornal Les Echos, após uma visita oficial à China onde se fez acompanhar por 35 líderes empresariais, Macron descreveu a situação como "uma questão de vida ou de morte para a indústria europeia", argumentando que a política comercial chinesa está a prejudicar setores cruciais como o automóvel e as máquinas-ferramenta.
Segundo o presidente francês, a situação é agravada pelo protecionismo dos EUA, que redireciona os fluxos comerciais chineses para a Europa. Washington já impôs tarifas elevadas a produtos chineses, que foram reduzidas de 57% para 47% em outubro.
A relação comercial entre a UE e a China é marcada por um défice significativo de 357,1 mil milhões de dólares (306,3 mil milhões de euros) em detrimento do bloco europeu.
No entanto, Macron admitiu a dificuldade em formar uma frente europeia unida, apontando que a Alemanha, com uma forte presença na China, "ainda não está totalmente" alinhada com a posição francesa.
Paralelamente à ameaça de Paris, Bruxelas prepara-se para taxar artigos de baixo valor que entram no espaço comunitário, numa medida que afetará gigantes do comércio eletrónico como a Shein e a Temu, seguindo uma ação semelhante dos Estados Unidos.
Para além das medidas protecionistas, o presidente francês defendeu uma abordagem multifacetada para reequilibrar a relação.
Macron sugeriu que a UE deve aceitar investimentos chineses, desde que não sejam "predatórios" e não criem dependências.
Defendeu também a proteção de setores europeus vulneráveis, como a indústria automóvel face à concorrência dos veículos elétricos chineses, e a necessidade de a UE "retomar uma política de competitividade". Para tal, propôs a simplificação de processos, o aprofundamento do mercado único, o investimento em inovação e uma política monetária ajustada.











