Escândalo no Futebol Turco: Apostas Ilegais Implicam Dirigentes, Árbitros e Jogadores



O escândalo de corrupção que abala o futebol turco levou à prisão preventiva de Murat Özkaya, presidente do Eyüpspor, clube que esta época subiu pela primeira vez à principal divisão, e de sete árbitros. Todos são acusados de "influenciar os resultados" de competições desportivas no âmbito de um esquema de apostas ilegais, marcando a primeira grande intervenção judicial neste caso que afeta quase 200 pessoas.
A acusação inicial do Ministério Público pedia a prisão para 17 árbitros e um jornalista, mas 11 dos réus foram libertados, embora continuem sob investigação.
A dimensão do envolvimento da arbitragem é vasta.
Uma investigação da Federação Turca de Futebol (TFF) a 571 árbitros das ligas profissionais revelou que 371 possuíam contas em plataformas de apostas e 152 apostavam ativamente.
Consequentemente, a TFF suspendeu 149 árbitros, 22 dos quais da primeira divisão, por períodos que variam entre oito e 12 meses.
Alguns casos são extremos, com um árbitro a ter realizado 18.227 apostas e outros 42 a terem apostado em mais de mil jogos cada.
O escândalo resultou também na renúncia de 45 delegados de jogo da Superliga turca.
A investigação estendeu-se também aos jogadores, com 1.024 atletas a serem investigados pelas autoridades.
Já foram aplicadas suspensões a 27 jogadores da liga turca, incluindo nomes de clubes proeminentes como o Galatasaray e o Besiktas.
Entre os suspensos estão Metehan Baltaci e Evren Elmali (Galatasaray), e Ersin Destanoglu e Necip Uysal (Besiktas).
Elmali, defesa do Galatasaray, foi mesmo excluído da convocatória da seleção nacional e reagiu nas redes sociais, afirmando que a aposta em questão foi feita há cerca de cinco anos, quando ainda representava o Kasimpasa.
A Federação Turca de Futebol prometeu "erradicar o fenómeno pela raiz".
O presidente do organismo, Ibrahim Haciosmanoglu, declarou que "quem manchar a honra [da arbitragem] (...) nunca mais participará no futebol turco".
A TFF esclareceu que, até ao momento, não há evidências de que uma organização específica tenha influenciado resultados, mas a decisão judicial admite a possibilidade de os árbitros terem tentado manipular o desfecho das partidas.
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