A Dupla Face da Inteligência Artificial: Otimismo, Riscos e Concentração de Poder

A Inteligência Artificial está a integrar-se rapidamente na sociedade, desde o local de trabalho à geopolítica, gerando um debate sobre os seus benefícios transformadores e os riscos significativos associados à sua utilização e ao seu controlo.

A adoção da Inteligência Artificial (IA) no mundo profissional é cada vez mais evidente, especialmente entre as gerações mais novas. Um estudo da International Workplace Group (IWG) revela que os trabalhadores da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) não só utilizam ferramentas de IA como também ensinam os seus colegas mais velhos a fazê-lo.

Segundo o inquérito, realizado a trabalhadores nos EUA e no Reino Unido, 78% destes jovens afirmam que a IA lhes poupa tempo, estimando-se um ganho médio de 55 minutos por dia.

Esta tecnologia é vista como uma ferramenta poderosa com potencial para revolucionar áreas como a ciência, a medicina, através da criação de novas curas e tratamentos, e a educação, onde poderá funcionar como um "tutor no bolso" para cada criança. Apesar do otimismo, especialistas como Gary Rivlin, autor do livro "AI Valley", alertam para riscos significativos.

Uma das principais preocupações é o impacto ambiental, dado que os centros de dados que operam os modelos de IA são enormes consumidores de energia, pressionando os esforços de combate às alterações climáticas. Outros perigos incluem o uso da IA para fins de vigilância e guerra, bem como a sua elevada capacidade de manipulação de pessoas, que já se demonstrou ser superior à dos humanos.

O fenómeno do "AI Slop", conteúdos gerados por IA, é apontado como uma potencial "arma nas mentes das pessoas" para disseminar pânico e desinformação.

Um tema central de preocupação é a concentração do desenvolvimento e controlo da IA nas mãos de poucas grandes empresas tecnológicas, localizadas maioritariamente nos Estados Unidos e na China.

Rivlin compara o momento atual à revolução da Internet, prevendo que o impacto a longo prazo da IA será subestimado, mas adverte que esta centralização de poder é uma "péssima ideia".

O especialista defende a necessidade de um grupo mais vasto e diversificado de pessoas, incluindo historiadores e sociólogos de diferentes geografias, a tomar decisões sobre os limites e as proteções a impor a esta tecnologia. O elevado custo de desenvolvimento representa uma barreira à entrada de novas empresas, levantando o receio de que "a próxima Google seja a própria Google".

Neste cenário, destaca-se a portuguesa Daniela Braga, fundadora da tecnológica Defined.ai, sediada nos EUA.

Reconhecida pela Forbes Portugal como uma das mulheres mais poderosas nos negócios, Braga é uma especialista de renome internacional na área da IA, tendo sido nomeada para uma 'taskforce' sobre o tema do presidente norte-americano Joe Biden.

A sua empresa já angariou mais de 81 milhões de dólares em financiamento.

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Trabalhadores da Geração Z já se 'renderam' à Inteligência Artificial

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Gary Rivlin aponta impacto da IA no clima como umas das preocupações

Forbes Portugal

Daniela Braga, a empreendedora que domina a Inteligência Artificial

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