Violência Doméstica em Portugal: Números Alarmantes e a Vulnerabilidade Crescente das Vítimas Idosas



A Guarda Nacional Republicana (GNR) revelou que, até 15 de novembro de 2025, foram registados 10.251 crimes de violência doméstica, que resultaram em 13 vítimas mortais, sendo 11 mulheres e dois homens.
Durante este período, as autoridades detiveram 1.380 suspeitos e apreenderam 864 armas.
Estes números são ligeiramente inferiores aos do ano completo de 2024, quando a GNR contabilizou 11.876 crimes, 13 mortes (12 mulheres e um homem), 1.450 detenções e a apreensão de 1.222 armas.
Os distritos do Porto, Aveiro e Lisboa mantêm-se como as áreas com o maior número de denúncias, enquanto Portalegre e Bragança apresentam os valores mais baixos.
Um dos focos de maior preocupação é o aumento da violência contra idosos, maioritariamente mulheres. Dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) indicam um crescimento de 29% no número de vítimas com mais de 65 anos apoiadas pela instituição entre 2019 e 2024. Só até agosto de 2025, a APAV já tinha prestado apoio a 1.557 vítimas idosas, das quais 75% eram mulheres.
A resposta social é limitada, existindo atualmente apenas duas casas de abrigo especificamente destinadas a esta faixa etária.
Relatos de vítimas como Odete, Etelvina e Gertrudes ilustram histórias de abusos prolongados, perpetrados não só por cônjuges, mas, em cerca de metade dos casos, pelos próprios filhos. Em resposta a esta realidade, e no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), a GNR tem intensificado as ações de sensibilização e investido na formação do seu efetivo.
A corporação sublinha que a violência doméstica é um crime público, de denúncia obrigatória, e que a sua prevenção e combate são uma prioridade.
Os Núcleos de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) contam com 186 militares especializados em todo o país.
As denúncias podem ser feitas através do Portal Queixa Eletrónica, do número de emergência 112 ou diretamente nos postos da GNR.















